terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Explicação sobre o mapa astral de nascimento

O mapa astral funciona, como o próprio nome diz, como um mapa: não é a realidade, mas uma representação do que existe na realidade.
Funciona não como uma ciência, mas como uma linguagem simbólica em que um mesmo símbolo contém várias interpretações, mas não todas. As várias interpretações de um mesmo símbolo se dão por analogia e são possíveis porque estes símbolos astrológicos falam a um nível mais profundo no campo do conhecimento. Assim, Saturno (como o deus da mitologia de que possui o nome) é o Senhor do Tempo; é o planeta que rege a rigidez, a autoridade, as estruturas. Por analogia, no corpo humano rege os ossos, so dentes, as unhas (aquilo que tem de "duro" no nosso corpo); a nível de profissão, rege atividades como engenharia, construções em geral, cargos de chefia. Esse é só um exemplo, para dar uma idéia de como essa linguagem funciona.
O mapa é feito pro momento em que damos a nossa primeira inspiração, porque nesse momento começamos a agir como um universo funcionando em sincronia com o universo maior que nos cerca. Sendo uma representação do Universpo que somos, do Todo que somos; no mapa temos todos os signos, todos os planetas, cada um atuando de uma forma. Dessa maneira não há signos ou planetas melhores que outros, porque todos são manifestações do mesmo Todo.
A nível pessoal, o mapa indica o nosso potencial, como podemos nos desenvolver, quais são nossas habilidades e dificuldades. A idéia de desenvolvimento é que seremos melhores à medida que nos tornarmos mais aquilo que somos.
O mapa indica, não determina. Olhar para o mapa de uma pessoa é como olhar para a semente de uma planta. Conhecendo sementes e plantas, dá pra ver que tipo de planta pode nascer, que tipo de frutos pode ter, qual é a época da floração, qual o melhor solo para plantar; mas alguém olhando para uma semente não pode "afirmar" que aquela semente virará uma árvore que dará frutos em dezembro de 2013, porque inúmeras condições estão envolvidas. O mapa indica possibilidades, probabilidades, como a semente de uma planta. A vontade e o livre-arbítrio podem modificar muito as condições existentes.
A astrologia como linguagem simbólica não despreza o livre-arbítrio, mas nos lembra dele sem desprezar a Natureza.
No desenho do mapa, estão representados os signos, os planetas, as casas e os aspectos.
Em colorido estão os signos do zodíaco. Eles representam o caminho aparente do sol pelas doze constelações. Os signos são de quatro elementos: água,terra, ar e fogo. Câncer, Escorpião e Peixes são signos de água. Touro, Virgem e Capricórnio são signos de Terra. Gêmeos, Libra e Aquário são signos de Ar. Áries, Leão, Sagitário são signos de fogo.
Os riscos para fora do círculo com um número ao lado indicam as casas. As casas indicam campos de experiência e seriam as áreas onde vivenciamos o simbolismo de cada signo. O número indica a posição no signo.
Os desenhos dentro do círculo representam os planetas. Os planetas se movimentam e essa é a posição exata deles no momento do nascimento.
Dentro do círculo interno, estão desenhados os aspectos. Eles são o que existe de mais pessoal no mapa de uma pessoa, dificilmente se encontra o desenho igual ao de uma pessoa (tem que encontrar alguém que tenha nascido na mesma hora e local). Os aspectos estabelecem a relação entre os planetas, entre as casas: relações de tensão, relações harmônicas.

domingo, 16 de outubro de 2011

As origens do tarô II

" Os magos e os ocultistas, que acreditavam na sabedoria oculta nas lendas antigas, achavam que o tarô era a chave-mestra para descerrar todos os mistérios. Contudo, o interesse no tarô como sistema mágico e compêndio simbólico só surgiu depois de 1773, quando Anthony Court de Gébelin publicou o penúltimo volume de sua obra Le Monde Primitif Analysée et Comparé avec le Monde Moderne.
Em 1781 Gébelin conheceu o tarô e, examinando as cartas, chegou à conclusão de que eram de origem egípcia. Com cerca de 3757 anos de idade, os arcanos ocultavam antigos conhecimentos e teriam sido levados à Europa pelos próprios egípcios. Ele achava que a palavra tarô provinha da língua egípcia: tar , significando caminho ou estrada, mais ro, rei ou real, daria tarô, ou seja, Caminho Real. Notando também a coincidência numérica entre os 22 arcanos e as 22 letras do alfabeto hebreu, tentou interpretá-los. Depois de estudar bem todos os arcanos, Gébelin declarou publicamente que o tarô era de origem egípcia e que tinha um significado arcano e hieroglífico.
A primeira pessoa a fazer uso dessa descoberta foi um cartomante que vendia amuletos mágicos, praticava a quiromancia, interpretava sonhos e fazia horóscopos. Chamava-se Aliette e dizia ser aluno do conde de Saint-Germain, mago e alquimista que teria mais de dois mil anos, seria o verdadeiro Judeu Errante e descobrira o Elixir da Vida.
Acrescentando idéias próprias aos seus conhecimentos da cabala, Alliette declarou que o tarô fora composto 171 anos após o Dilúvio, que, durante quatro anos, 17 magos haviam colaborado na sua produção e que Hermes Trimegisto concebera o plano do Livro de Thoth, escrito sobre folhas de ouro num templo localizado a três léguas de Mênfis, Egito. O grego Hermes Trimegisto (três vezes grande), considerado equivalente ao deus egípcio Thot, seria um antigo sábio, autor dos textos herméticos, fundador da alquimia e construtor das pirâmides.
Sob o pseudônimo Etteilla (seu nome escrito de trás para frente), Alliette escreveu diversos livros e desenhou baralhos para tirar a sorte, mostrando eventos futuros como viagens, inimigos, processos, etc. Também imprimiu baralhos de tarô, com um significado mais profundo, alegando que, após eliminar os erros cometidos por outros ao longo dos séculos, restaurara o verdadeiro e antigo simbolismo das cartas. Depois, modificou os desenhos dos arcanos e a ordem das cartas.
Por sua vez, Gébelin, a quem o arcano O Mago desagradava (pois representava a vida neste mundo como um perpétuo jogo de azar), sugeriu que o sistema egípcio ter-se-ia iniciado com números menores, terminando com os maiores, e colocava assim O Mago no fim da escala.
Eliphas Levi, pseudônimo de Alphonse Louis Constant, autor de Dogma e Ritual de Alta Magia, interessou-se pelo tarô em 1856. Primeira pessoa a colocar o tarô no esquema da cabala, Levi, rejeitando as idéias de Aliette, associou os arcanos às 22 letras do alfabeto hebreu, os 4 naipes ao tetragrama ( o grande nome de Deus escrito com 4 letras) e as cartas do número 10 ao ás aos 10 aspectos de Deus. Desde então, os ocultistas admitem a interligação do tarô com a cabala.
Embora, desde Levi, os ocultistas nunca mais tenham deixado de admitir a interdependência entre o tarô e a cabala, a verdade é que, além de um não se encaixar perfeitamente bem no outro, não existem provas dessa ligação. De qualquer maneira, deve-se a Levi o fato de o tarô ocupar lugar de relevo no ocultismo.
"O tarô", disse Levi, " é uma obra monumental, extraordinariamente forte. É simples como a arquitetura das pirâmides e resistente como elas- um livro que engloba todas as ciências e que, em virtude de suas infinitas combinações, pode resolver todos os problemas. Sem dúvida é uma das masi admiráveis obras legadas pela Antiguidade: a Chave Universal."
Na História da Magia, Levi diz que a base da ciência hieroglífica consistiria num alfabeto onde as letras representariam idéias, que seriam convertidas em números, que seriam, por sua vez, sinais perfeitos. E acreditava que esse alfabeto-o livro de Thot- estava contido no tarô, de origem egípcia, cujas cartas eram de origem judaica.
Levi achava que os martinistas e os rosa-cruzes haviam compreendido o significado do tarô, e que os humanistas da Renascença, os alquimistas medievais e o autor do Apocalipse (que tem vinte e dois capítulos) eram conhecedores do seus segredos. Para ele, a palavra tarô deriva-se do vaocábulo rota, que em latim singifica rosa ou círculo. Também associou-a a lábaro, um emblema do cristianismo primitivo.
Levi faleceu em 1875 sem escrever sequer um manual do tarô. Entretanto, um de seus alunos, Jean Baptiste Pitois, cujo pseudônimo era Paul Christian, inventou uma astrologia envolvendo o tarô. Pensando que encontrara provas da sua origem num livro de mistérios egípcios atribuídos a Iamblichus, um escritor neoplatonista do século IV, Christian descreve como um iniciado é conduzido por uma galeria com 22 quadros, 11 de cada lado, recebendo, durante a camihada, instruções sobre seu significado.
Apesar de Christian acreditar que os 22 quadros eram os 22 arcanos do tarô, jamais se encontrou no Egito qualquer evidência que corroborasse essa hipótese.
As figuras das cartas de Court de Gébelin foram reporduzidas por Ely Star em 1887, no seu livro Les Mystéres de l'Horoscope. Ely, pseudônimo de Eugene Jacob, era um charlatão com pretensões de médico, casado com uma cartomante que vendia amuletos mágicos.
Dois anos mais tarde, um baralho corrigido, desenhado por Oswald Wirth, foi publicada numa edição limitada de cem cópias. os desenhos de Wirth forma os usados no livro O tarô dos Boêmios, de autoria de Papus, traduzido para o inglêsem 1892 e que ainda se encontra a venda.
Oswald Wirth, nascido na Suíça, era maçom e membro da Sociedade Teosófica, fundada por Blavatsky; usava o magnetismo animal (o hipnotismo) para curar, e trabalhou com o Marquês Stanislau de Guaita, um mago que dizia conservar num armário um espírito que volatizava os venenos e os lançava no espaço junto com seu corpo. Escreveu comentários sobre os arcanos num livro intitulado Os Vendedores de Imagens da Idade Média, cujas ilustrações lembravam o impimatur de Wirth.
Guaita tinha um amigo chamado Gérard Encausse (1865-1916)- o famoso Papus-, médico clarividente, que deu grande impulso ao ocultismo. Interessando-se pela cabala, Papus publicou um livro sobre o assunto e, em 1889, um sobre o tarô, seguido de Le Tarot Divinatoire, em 1909. Em 1912, tornou-se presidente do grupo Martinista, ligando-se também a uma organização alemã que investigava a magia sexual.
Na Inglaterra, o ocultista Alesiter Crowley, que também estudava a magia do sexo, começou a se interessar pelo tarô. O assunto logo cativou uma parte do público inglês e, em 1888, Samuel Lidell Mathers, membro da Sociedade Rosa-cruz, publicou um livro sobre o jogo. Mais ou menos na mesma ocasião, a Ordem Hermética Golden Dawn foi fundada, com a participação de Mathers.
A Golden Dawn deu grande importância ao tarô. O que ela ensinou a seu respeito teve influência sobre praticamente todas as interpretações posteriores. Esses ensinamentos usavam as interpretações de Levi, modificando a associação que ele estabelecera entre os arcanos e o alfabeto hebreu. A ordem instituiu um sistem englobando a cabala, o tarô, a alquimia, a astrologia, a numerologia, as artes divinatórias e o ritual mágico, e começou a funcionar como uma universidade, dando diplomas aos que participavam das aulas e faziam os exames de praxe.
A.E. Waite (1857-1940) associou-se à Golden Dawn em 1891, quando redesenhou o baralhoe escreveu uma introdução ao jogo, além de publicar diversas obras sobre cabala, alquimia, maçonaria e a sociedade rosa-cruz.
Num livro sobre o Santo Graal, Waite sugeriu que os quatro objetos sagrados- a taça, a lança , o prato e a espada- são semelhantes aos quatro naipes do tarô: as taças, os bastões, as moedas e as espadas. A autora inglesa Jessie L. Weston aceitou essa interpretação e incorporou-a em um de seus livros.
Jessie também acreditava que as lendas do Santo Graal ocultavam rituais e símbolos de um culto secreto que transformara o ritual da fertilidade em "uma iniciação dos segredos físicos e espirituais da vida". A lança e a taça representariam o sexo masculino e o feminino. Como as lendas sobre o Santo Graal estão associadas a tradições celtas, há quem sinta que os arcanos do tarô possam derivar-se das 22 letras do alfabeto celta.
Em 1903, Waite assumiu a direção do templo da Ordem, em Londres, reformando os rituais e dando-lhes um espírito mais cristão, pois era contrário à prática da magia. Em 1914, por falta de apoio, foi obrigado a fechar a sua versão da Golden Dawn.
Foi Waite que, em 1910, publicou The Pictorial Key to the Tarot, cujas ilustrações são de um baralho que ele mesmo redesenhou.
Aleister Crowley (1875-1947), que se juntou à Golden Dawn em 1898, acreditava ser a reencarnação de Eliphas levi. Quando, em 1914, escreveu um guia do tarô,com o subtítulo Um Curto Ensaio sobre o Tarô dos Egípcios, deixou-se influenciar pela escola de Levi. Publicou um baralho com novos desenhos, executados por Frieda Harris, repletos de simbolismos eróticos, denunicando a influência da magia sexual.
Na ocasião do falecimento de Crowley, o ocultista americano Paul Foster Case (1884-1954) publicou a obra The Tarot: a Key of Wisdom of the Ages. Dizendo ser o chefe da Golden dawn nos Estados Unidos e no Canadá, produziu mais um baralho redesenhado por Jessie Burns Parke. os modelos, embora com alguns detalhes diferentes, são parecidos com os de Waite.
Existem outros baralhos redesenhados pelo astrólogo Elbert Benjamine e por Manly Palmer Hall, o fundador da Sociedade de Pesquisas Filosóficas de Los Angeles. Ouspensky, o discípulo de Gurdjieff, fez um breve relato do tarô em seu livro A New Model of the Universe.
Infelizmente, o grande poeta Yeats (1865-1939) nada escreveu sobre o tarô. Quando a Golden Dawn rompeu-se em duas partes, ele assumiu a chefia do setor dissidente, atribuindo-se o título de Imperador. Durante esse tempo, fez experiências telepáticas, induzindo imagens nos pensamentos de outras pessoas. Acreditava que meditando sobre certos símbolos, poderia fazer contato com a Alma do Mundo (Anima Mundi), um reservatório de memórias, independente do dos encarnados.
O filósofo William James também era da opinião que certos indivíduos poderiam , em estado de transe, extrair informações desse reservatório. E C.G.Jung explicou o fenômeno com sua teoria sobre o inconsciente coletivo- e repositório dos arquétipos encontrados nas religiões, na mitologia, na filosofia, na ciência, no simbolismo, nos sonhos, nas visões e nas fantasias. Essa teoria de Jung teve marcante influências nas interpretações modernas do tarô.
Além dessas interpretações filosóficas , ocultas e herméticas, existe o lado curioso do tarô: o da propaganda política e social.
Durante certa época, era voz corrente que os naipes do tarô representavam as diferentes classes da sociedade- a aristocrática, o clero, os negociantes, e os trabalhadores- e que as cartas ensinavam a plebe como trabalhar eficazmente. O ensino tornou-se, então, uma função importante do baralho.
No século XVI, Murner desenhou um baralho destinado a transmitir ensinamentos sobre lógica e, no XVII, idealizaram-se baralhos para ensinar a ler e a difundir a história, a geografia, a gramática, a culinária, etc.
Na França, o famoso Cardeal Mazarin (1602-1661), que modelou os destinos daquele país, sugeriu que o jovem Luis XIV aprendesse história usando os arcanos.
Na Alemanha do século XVIII, fabricavam-se baralhos com desenhos mostrando animais , monstros legendários, cenas de óperas,etc."
Texto de Elsie Dubugras, retirado de uma revista Planeta especial sobre o tarô não sei de que ano (perdi a capa)

As origens do tarô I

"Apesar das inúmeras pesquisas que as escolas e sociedades secretas têm realizado através dos séculos, o verdadeiro significado do tarô permanece envolto em mistério. Ainda hoje, pouco de positivo se pode afirmar sobre os primórdios do jogo,em virtude da mulitplicidade de versões existentes acerca do seu país de origem, bem como da associação primitiva entre os arcanos maiores e menores.
Segundo alguns historiadores, o tarô começou a se tornar conhecido na Europa em fins do século XIV, mas precisamente entre os anos 1370 e 1380. Esta suposição baseia-se principalmente na narrativa de Frei João, um monge suíço que, em 1377, fala de um jogo de cartas o qual, entre outras coisas, indica, pelas suas figuras, o atual estado do mundo. No entanto, como o monge descreve um baralho com 52 cartas e quatro naipes, em tudo semelhante ao jogo moderno e não ao tarô, a incerteza continua.
Existe ainda outro registro, datado de 1392, que menciona uma encomenda de três baralhos, pintados e ornamentados, ao artista Jacquemin Gringonneur, por ordem do rei Carlos VI. Por muito tempo se pensou que as 17 cartas de tarô existentes na Biblioteca Nacional de Paris fizessem parte desse baralho. Agora, contudo, os especialistas refutam essa idéia, presumindo que as cartas sejam de origem italiana, confeccionadas em 1470. Com isso, desmente-se a afirmação do padre Menestrier, feita em 1704, de que Gringonneur inventara o tarô em 1392 para distrair o rei Carlos VI durante seus ataques de loucura.
Também não é muito provável que as cartas tenham sido confeccionadas na França antes de 1369, pois um decreto francês daquela data, proibindo os jogos de azar, não faz menção às cartas comuns ou a jogos semelhantes ao tarô. Assim, pode-se deduzir que o baralho tenha mesmo aparecido na Europa entre 1370 e 1380.
De acordo com uma das versões mais plausíveis, o tarô procede do norte da Itália, do vale do rio Taro, afluente do rio Pó, do qual teria se derivado seu nome. Talvez seja mera coincidência, mas, de fato, na Itália o jogo é conhecido como tarocchi e, além disso, o baralho moderno descende do tarô veneziano ou piemontês, composto por vinte e dois arcanos, semelhante ao francês conhecido como Tarô de Marselha. Este último, que conta com 78 cartas, incluindo os 22 arcanos, tornou-se um tipo padrão, embora os desenhos, os nomes e a ordem dos arcanos tenham sido várias vezes alterados. Na Sicília do século XVII, por exemplo, a Grã-Sacerdotisa, o Diabo e o Julgamento forma substituídos por cartas mostrando um Mendigo (Povertá ou Miséria), uma figura feminina (Constância) e por outras intituladas Navio e Júpiter.
Existem escolas iniciáticas que atribuem a origem do tarô ao Egito. O livro 'As grandes iniciações segundo os arcanos menores do tarô', traduzido para o português por Martha Pécher, diz textualmente que "segundo a Tradição, quando os sacerdotes egípcios, herdeiros da sabedoria atlântida, eram ainda guardiães dos mistérios sagrados, o grande hierofante convocou ao templo todos os sábios sacerdotes do Egito para que, juntos, pudessem achar um meio de preservar da destruição os ensinamentos iniciáticos, permitindo, assim, seu uso às gerações de um futuro distante. (...)O grandioso sistema simbólico da sabedoria esotérica- o tarô- foi dado à humanidade sob a forma de um baralho de 78 cartas que, desde milhares de anos, servem para satisfazer a curiosidade humana a respeito de seu futuro ou para se distrair e matar o tempo jogando. Nessas cartas os sábios egípcios encerraram toda a sabedoria que tinham herdado, todos os conhecimentos que possuíam, toda a verdade que lhes era acessível a respeito de Deus, do universo e do homem.
Walter B. Gibson e Litzka R. Gibson, autores de Psychic Sciences, dizem que, apesar das suas origens serem desconhecidas, algumas autoridades alegam que o tarô evoluiu dos divining sticks, pauzinhos usados para as adivinhaçoes dos chineses, enquanto outros concordam com os defensores da teoria egípcia, segundo a qual teria ele sido adaptado das páginas do legendário Livro de Thoth. Para esta corrente, o tarô chegou à Europa durante o século XIV, trazido pelos ciganos que, vindos da Índia, passaram pela Pérsia onde um baralho ilustrado- conhecido pelo nome de atouts- estava em moda. Os ciganos, tentando conseguir status na Europa, falavam que sua pátria era o Pequeno Egito. Não seria, portanto, de se admirar se as cartas persas tivessem sido propositadamente atribúídas ao Egito.
Hipóteses à parte, a verdade é que os indícios sobre a existência do tarô só podem ser obtidos através das notícias surgidas ao longo do tempo, as quais estabelecem as datas e os lugares onde ficou conhecido.
Pesquisando essas antigas notícias, vemos que durante os séculos XIV ou XV havia certa discriminação quanto ao jogo de cartas, especialmente depois que Bernardino de Siena, um monge franciscando, declarou que as cartas haviam sido inventadas por Satanás. Mais tarde, tanto os padres católicos como os ministros protestantes atacaram todos os jogos de cartas, declarando que os homens se distraíam quando deveriam estar cuidando da salvação de suas alamas. Alegavam, igualmente, que o jogo induzia os homens à bebida, a usar linguagem profana e a cometer outros pecados. As artes divinatórias também eram duramente criticadas, pois sugeriam a existência de mecanismos psíquicos contrários ao dogma de que a providência divina planeja tudo o que vai ocorrer. Um frade chegou a comparar os arcanos aos degraus que conduzem aos homens ao inferno.
Na Inglaterra, as cartas eram condenadas não só pelo clero mas também por leigos d ementalidade puritana. Um desses foi John Northbrooke, que em 1570 afirmou que as cartas haviam sido criadas por Satanás para introduzir a idolatria entre os homens. Com essa declaração, ele antecipou uma teoria moderna, de acordo com a qual elas são os repositórios de uma antiga sabedoria pagã, pois os reis, os valetes e as rainhas encobrem antigas imagens de ídolos e falsos deuses. Por sua vez, o fundador da Igreja Metodista da Inglaterra, John Wesley (1703-1791), denunciou as cartas como sendo "os livros do Diabo".
Mas nem todos os homens tinham sentimentos tão negativos com relação ao tarô. Os humanistas (século XVI), por exemplo, consideravam que as lendas surgidas na Antiguidade continham verdades sublimes e que o seu cerne fora propositadamente encoberto, pois a sabedoria lá contida destinava-se unicamente aos iniciados assim sendo, reconciliaram o tarô às antigas tradições.
Esse grupo também se interessou pela astrologia e pela magia, e sues membros recomendavam o uso das imagens dos arcanos para a meditação, a fim de atrair as influências planetárias benéficas. Recomendavam ainda esse tratamento de imagens mágicas para aliviar o cansaço mental causado por estudos prolongados e intensivos. É interessante lembrar que o herege Giordano Bruno, queimado vivo por Roma em 1600, também recomendava esse tratamento. Hoje em dia, tais meditações seriam consideradas benéficas e não levariam ninguém à fogueira...
O interesse que os humanistas mostravam pela arte de memorizar e pela classificação das idéias fez surgir outra hipótese: a de que os arcanos do tarô apareceram na Renascença e que suas figuras eram usadas como artifícios mnemônicos.
O pioneiro do método mnemônico foi o filósofo espanhol Raymon Lull, morto em 1315 pelos muçulmanos qunado tentava convertê-los ao cristianismo. Lull sofrera a influência dos cabalistas judeus, que recomendavam meditar sobre as letras, suas combinações e permutações; em seus livros, usava letras e diagramas para representar as idéias e as associações entre elas, e empregava também o sistema de degraus para mostrar que o mundo está disposto numa hierarquia descendente e ascendente: Deus no ponto mais elevado e os anjos, as estrelas, os homens, os animais, as plantas, etc., em lugares inferiores. Agrupando os conhecimentos de uma forma clara e precisa ele esperava levar tanto os judeus como so muçulmanos a reconhecer as verdades inerentes ao cristianismo."
Texto retirado de uma revista planeta especial sobre tarô mais antiga (perdi a capa); texto de Elsie Dubugras.

As casas astrológicas

As casas astrológicas são remanescentes de um conhecimento que só pode ser recuperado em termos lendários, míticos. São doze, como os meses do ano e, como os mesmos, representam um ciclo que se fecha, tanto em relação ao desenvolvimento humano como em relação à possibilidade de compreensão de uma maneira total de um agora vivido pelo indivíduo. Qualquer experiência vivida por um indivíduo pode ser localizada através das casas astrológicas ou ter ampliada a sua compreensão com os significados das casas.
Casa 1: Como a pessoa está naquele momento - seu corpo, seu jeito de ser, sua personalidade no sentido de "persona" (do grego, "máscara"), como a pessoa se coloca no mundo (jeito de vestir, sua aparência). É importante observar que se trata de uma máscara necessária, todo mundo tem que se colocar no mundo de alguma maneira visível. A carta colocada nessa casa descreve o comportamento da pessoa no mundo e com relação a si mesma (seu corpo, seu jeito de ser).
Casa 2: Casa dos ganhos (materiais, de conhecimento, espirituais); por essa casa podemos ver o fator alimentação da pessoa. É também a casa dos valores.
Casa 3: Casa da comunicação e expressão em termos gerais, das pequenas viagens, dos primeiros estudos, do estudo de línguas e/ou de assuntos que visam a instrumentalizar melhor uma pessoa; é a casa da locomoção da pessoa (carro e telefone é possível ver através dessa casa). É a casa do pensamento enquanto forma (da razão), diferenciado do conteúdo do pensamento (idéias), que é representado pela casa oposta (9a. casa). É também a casa que representa a relação com parentes mais próximos e irmãos (de maneira geral); é a casa que representa a capacidade da pessoa fazer conhecidos e do relacionamento com vizinhos.
Casa 4: Casa da relação com a casa, com a família e ambientes familiares. Casa da base emocional da pessoa, da aura. Nessa casa está representado o relacionamento com um dos pais da pessoa e como ela se relaciona com os outros numa convivência mais íntima. Casa que representa o fim e o começo de todas as coisas.
Casa 5: Casa do amor, do namoro, da maneira de amar da pessoa, do relacionamento com crianças, com diversões, com lazer e férias. É a casa da criatividade e do autoconhecimento.
Casa 6: Casa da rotina da pessoa, do emprego ou rotina de trabalho, da relação com empregados/subordinados, da saúde (doenças e tratamentos). Por essa casa podemos ver a capacidade de disciplina de uma pessoa.
Casa 7: Casa do relacionamento com o outro de maneira geral, das associações, do casamento, das questões legais. A carta colocada nessa casa indica simbolicamente como estão nossos relacionamentos, como está um sócio ou cônjuge, e também como nos relacionamos com ele.
Casa 8: Casa da relação com a morte, com as transformações; casa dos gastos, dos ganhos inesperados. Uma das casas da relação da pessoa com a espiritualidade e de vida interior da pessoa: é a casa da relação com a magia, do poder espiritual (a capacidade de captar energia do ambiente e de colocar energia no ambiente), do sexo. Pela carta colocada nessa casa podemos ver o poder de influenciar e/ou de receber influências de outras pessoas internamente.
Casa 9: Casa das idéias, da religião, do pensamento político da pessoa, dos estudos superiores, das grandes viagens, do relacionamento com estrangeiros e com o estrangeiro.
Casa 10: Casa da vida profissional da pessoa:diferente do trabaho simplesmente, é a definição em termos de objetivos daquilo a que se destina o trabalho, do lugar que a pessoa ocupa e quer ocupar socialmente. É a casa da relação com autoridades e com o poder de uma maneira geral.
Casa 11: Casa dos amigos, dos desejos e, às vezes, indicativo do próprio futuro da pessoa que consulta o tarô. É uma casa que também indica o relacionamento da pessoa com os ambientes sociais e nela estão representados, (de uma maneira geral), médicos, advogados, terapeutas, clientes, fregueses, público, etc. (outras categorias análogas).
Casa 12: Casa da "verdadeira" espiritualidade (a 'semente' de energia) e das provas de iniciação mais íntimas, que a pessoa tem que enfrentar para caminhar num sentido evolutivo. Casa da solidão da pessoa e do relacionamento que a pessoa tem com ela. Sonhos fortes aparecem nessa casa e na oitava também, assim como a vida interna de quem consulta o tarô. É a casa do sentimento da pessoa em relação à humanidade. É casa da fé, da relação com Deus e com o inconsciente.